08/08/2009 - 08h31
Obrigatório em 2010, espanhol é ensinado hoje a só 15% dos alunos
ANGELA PINHO
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Obrigatório por lei a partir do ano que vem, o ensino de espanhol ainda engatinha nas escolas brasileiras. Apenas 15% dos alunos do ensino médio estudam em estabelecimentos que oferecem aulas do idioma. Com 11%, a média é pior na rede pública, mas a situação da particular está longe da ideal, com 51%.
Os dados, que não levam em conta centros de idiomas, são do censo da educação básica de 2008 do Inep, órgão ligado ao Ministério da Educação.
O ensino de espanhol se tornou obrigatório com uma lei de 2005, que estabeleceu prazo de transição de cinco anos. A escola tem que oferecer o idioma. Para o aluno, o curso é optativo, desde que haja outra língua obrigatória. O ensino pode ocorrer em centros de idioma.
Em São Paulo, a situação é pior do que a nacional. Só 0,2% dos alunos da rede estadual estudam em escolas onde há espanhol. A Secretaria Estadual de Educação afirma que a língua é ensinada em 84 centros de idioma para 42 mil estudantes. Mas, mesmo se todos eles forem do ensino médio, representariam só 3% do alunado.
Embora a lei seja de 2005, o governo paulista nunca realizou um concurso para contratar professor de espanhol.
A secretaria diz que um grupo de trabalho estuda a inserção do ensino do idioma no currículo e deverá analisar inclusive a seleção de profissionais.
Segundo estudo o censo da educação básica de 2007, o país tinha 6.000 professores da disciplina no ensino médio, apenas 23% dos 26 mil que o MEC estimou serem necessários quando da aprovação da lei.
E, entre esses poucos, apenas 44% têm licenciatura em língua estrangeira. "O fato de saber uma língua não o torna professor dela", diz Adrián Fanjul, professor do departamento de letras modernas da USP e presidente da Associação de Professores de Espanhol de SP.
O MEC diz estar abrindo vagas em cursos de licenciatura de universidades públicas.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u606905.shtml>. Acesso em 10 ago. 2009.
Comentarios
Publicar un comentario