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Professores bloqueiam Paulista

Professores bloqueiam Paulista

Manifestação também parou o trânsito das Avenidas Consolação e Rebouças; greve da rede estadual é mantida

13 de março de 2010 | 0h 00

Luciana Alvarez e Felipe Oda - O Estadao de S.Paulo

PROTESTO - Manifestantes ocupam Avenida Paulista antes de seguir em passeata em direção à Praça da República; protesto foi pacífico e sem incidentes, segundo a polícia

Manifestação organizada pelo sindicato dos professores do Estado (Apeoesp) bloqueou parte das Avenidas Paulista, Consolação e Rebouças por cerca de três horas na tarde de ontem, desrespeitando pedido da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e prejudicando o trânsito na região central de São Paulo. Segundo estimativas da Polícia Militar, o protesto chegou a reunir 12 mil docentes e estudantes. Lideranças da Apeoesp avaliam que a manifestação reuniu mais de 40 mil pessoas. Apoiaram o ato público a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o PSTU e a entidade sindical Conlutas.

Durante o protesto, os professores votaram pela manutenção da greve iniciada na segunda-feira - e que, até ontem, tinha baixa adesão, segundo a Secretaria de Estado da Educação. Para a pasta, apenas 1% da categoria aderiu. Segundo o sindicato, 80% das escolas do Estado paralisaram as atividades.

Os docentes pedem reajuste salarial de 34%, incorporação imediata de gratificações e o fim das avaliações e dos programas criados pelo governo José Serra. Eles marcaram uma nova assembleia para a próxima sexta-feira, também na Avenida Paulista.

Com gritos de "Serra, a culpa é sua, a greve continua" e faixas dizendo "Inimigo da educação não pode governar a nação", os professores começaram o protesto no vão livre do Masp, por volta das 14 horas.

A manifestação foi encerrada por volta das 19 horas, na Praça da República, onde fica a Secretaria de Estado da Educação. As Avenidas Ipiranga e Consolação tiveram parte das pistas fechada. O protesto transcorreu sem incidentes graves. Um homem foi detido.

"Nossa luta é pela valorização profissional e salarial. Não há problema dizer que temos um lado político, o lado do magistério", afirmou a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha. A afirmação foi uma resposta ao secretário da Educação, Paulo Renato Souza, que disse que o movimento grevista tem caráter mais político que educacional.

"Serra está matando professor de fome", afirmou o professor de história Carlos Antonio Serafim dos Santos, que veio de Piracicaba para o protesto. "Desde 1998 o vale-alimentação é de R$ 4. Não dá nem para comer na feira."

Para Rafael Ambar, há três anos professor temporário de sociologia em Bauru, as propostas da secretaria não beneficiam nem professores nem estudantes. "Entre os que foram mal na avaliação do governo, tem gente que é muito capaz de trabalhar", disse. Valdete da Silva, professora de filosofia, reclamou da falta de estrutura. "Não tem funcionário para limpar nem para fazer a merenda no turno da noite." [...]

CRONOLOGIA

Novembro de 2005
Projeto de lei limitando a contratação de temporários a seis meses renováveis por outros seis provocou uma greve de quatro dias. O governo recuou da decisão, que poderia resultar no desemprego de 120 mil pessoas

Julho de 2008
Um decreto que alterou as regras de transferência do local de trabalho e de contratação de profissionais temporários causou 22 dias de paralisação. O governo modificou pontos do decreto, mas o sindicato continuou insatisfeito

Março de 2009
A greve não evitou que o governo aprovasse a criação de prova para docentes temporários e curso seguido de exame para os contratados em novos concursos.

Disponível em: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100313/not_imp523597,0.php

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